IMG_6759Joelmir Betting comentou nesta semana o incrível número de celulares no Brasil. Em março deste ano alcançou-se o marco de 154 milhões, o que significava 80 telefones para cada 100 habitantes. É celular que não acaba mais! Lembrei de um antigo e romântico Caetano Veloso diante de uma banca de jornais. Se tivesse cantado Alegria, Alegria hoje, ele certamente teria dito: quem tem tanta coisa para falar?

Pensei em como é difícil ficar só e em silêncio. O celular é tão popular porque aplaca a solidão. Quem sabe as pessoas se sintam menos sozinhas e mais inseridas na comunidade quando, em qualquer lugar, dia ou hora, pode, chamar ou ser chamado, mesmo que seja para um simples alô e alguma conversa fiada.

Na Itália, onde um grupo de dermatologistas se reuniu no último mês de junho, constatou-se que  já são 10 mil o número de pessoas que sofrem com a dermatite do telefone celular, cuja causa é o níquel ou cromo contidos nas partes metálicas que ficam em contato com a pele. Em todos os casos registrados, as pessoas tinham alergia a algum desses metais, intolerados por cerca de 20% da população geral.

Aquele modelo de vanguarda, caríssimo, pode ser a causa do vermelhidão, do ardor e das bolhinhas que aparecem na região do ouvido ou próxima a ele. Os mais afetados pela doença são os jovens que, estima-se, usam o telefone por mais de 1h30 ao dia (serão só eles?).

Pesquisadores da Brown University, em Rhode Island (EUA), constataram que 1 em cada 2 telefones contém níquel em volta do visor, no teclado e no logo. Apesar disso, quando se compra um telefone celular, os consumidores não têm informações sobre a quantidade desses metais utilizados na fabricação do produto. Talvez nem se importem com isso!

Se você apresenta algum sintoma dessa alergia, a solução é trocar o modelo de telefone por algum que possua a parte externa em plástico. Outra solução são as famosas e nem sempre elegantes capinhas temáticas… Para reduzir os riscos e evitar a utilização de antistamínicos ou cortisônicos, a solução é o bom senso – diminuir o uso do celular e, quem sabe, usar o viva-voz ou fones de ouvido.